Meu caro senhor Nuno que é Moreira e Araújo é tempo de elevar uma vez mais os parâmetros pelos quais este blog se rege, pois está aqui a faltar um trago de identidade poéticó.metafisicó.transcendente a.k.a ao largo do rebanho que flúi nas correntes da comundidade.
Cá ficam as bases para uma dissertação sobre os valores morais e patrióticos na instauração de um ideal governativo, longe dos pré-existentes e entranhados como o melhor a que se pode aspirar.
O nome? Ainda não sei. Neste caso o rótulo é necessário, mas abomino-o, deixo isso para ti. No entanto é preciso não esquecer que este ideal focasse no indivíduo como entidade que permite tudo o resto. Com bases na analogonímia, lucidocracia, eucracia e etocracia, uma reinterpretação de justiça nas feições da cosmoética. Não é uma egocracia.narcisistó’imodesta mas sim um estado puro de harmonia existencial do Eu com o Todo e do Todo com o Elemento Único.
Diz-me uma coisa, quais são os ideais de democracia, ou outro qualquer governo implementado nos diversos estados? Pois é, a resposta seria sempre a mesma: - poder central - leis - impostos. É a isto que se resume 99,99 % do mundo.
É necessário compreender o que deve reger uma sociedade, antes de iniciar qualquer deambulação nos trilhos da imanência pública:
- justiça (lei, moral, jurisdição,
- kracia (governo, regência, directriz,
- livre-alvedrio (a essência que é o ponto, escolha, causalidade, desígnio,
- inocência e humildade (inocuidade, abnegação, altruísmo,
- propósito (objectivo, potencialidade,
Vamos começar pelo propósito – As pessoas infelizes são as pessoas sem um propósito, à deriva até morrer. Este é o elemento que nos rege o existir. O sentido da vida é um objectivo, uma batalha, um transcender o até então feito.
Não se confunda propósito com patriotismo. O seu reino deixou de ser. Arriscar a vida por um país? Ele não me devolve o sangue derramado, lembra-te que morrer tirando uma vida não faz de ti alguém que mereça perdurar nas memórias do tempo. Patriotismo é o sentimento de rebanho. Encontrar na vida algo pelo qual se é capaz de morrer, não é o mesmo que vínculo à nação. Não se favoreçam os reinos ou os homens que os governam. O total ajustamento de uma sociedade é o enclausuramento, permite-lhe a grandeza do número, mas retira-lhe a liberdade individual, a única que contém o indomável coração palpitante do Homem, longe da escravidão serviçal.
Altruísmo – maldito reconhecimento social e pseudo-respeito adquirido. Rastejam sem dignidade por um momento no pódio. Reflectir em silêncio e permitir um vislumbre do sombrio da nossa alma, entrar no vazio da lúgubre caverna, onde encontrarás somente o medo que levas contigo.
O problema está na opção ou não, de se estar sóbrio. Não ser preciso entorpecer a mente pois que a veracidade que vislumbram está longe da necessidade de interpretação. Este é o princípio perdido, que se deve consumir e abusar, ele é a inocência e a humildade da pequenez ao se inferir do mundo pela primeira vez.
Caímos agora na célebre kracia – a inevitabilidade de uma directriz. Uma pessoa à frente de um governo, é o pior ponto de partida que se pode ter. O Homem não é infalível : instabilidade leva a adversidades, ao lograr os sonhos de todos os mancebos sonhadores, que usariam da ventura provida na frescura jovial para se envolver nos freios das aventuras políticas.
A eliminação da faculdade de perversão, devassidão e adulteração do poder tem de estar contida nos cânones que cimentam o ideal patrício. À impossibilidade de um desvio o curso segue em consonância com o equilíbrio edificado.
Lei – será que tem de existir leis? Vamos a uma votação. Que coisa tão obtusa. Temos de ser um colectivo de homens do conhecimento. As decisões são unânimes. Ou a falta de consenso será meramente sinónimo de ignorância. A democracia é desconhecimento, uma decisão informada é despotismo. Dois votos diferentes sobre a mesma questão, é ignorância.
Então em que ficamos? Ficamos na Justiça. Moldar moral ao sentido de jurisdição é sem dúvida alguma a mais extraordinária endeavor de todas, pois que nenhuma lei pode controlar a vontade do homem. Estar além da moralidade endeusada ou humana, depositar a fé em princípios que não augurem transgressão partidária.
“Este é o regulamento. Não é para compreender. Regulamento é regulamento.”
Livre-arbítrio – “Escolha. O problema é escolha. A resposta encontra-se numa mente espartilhada, não guiada pelos parâmetros da perfeição.”
E eu garanto-te, que não me dá prazer nenhum estar na posse de todo este conhecimento, e compreender que não existe nada que eu possa fazer. Nada que possa modificar a essência humana, moldada por três milénios. A maior das atrofiadoras de mentes, é o desígnio do amor, a aparente escolha. Fruto da causalidade, e da negra fatalista realidade.
A ilusão da escolha é o nível mais baixo de subjugação. A distorção do livre-arbítrio leva a coisas como a liberdade de expressão e demais aberrações de mentes indolentes. A escolha que existe é uma ilusão, um mero lacaio daqueles com o aparente poder, a que os tristes almejam, para alimentar a futilidade dos que não o têm.
Outro pecado crasso é a existência de televisão. Esse sacrário moderno, que reduz, a totalidade a uma única imagem. É bem capaz de ser o pior uso a que se deu a uma das mais extraordinárias criações humanas. Nos últimos cem anos vislumbrou-se a desculturação das mentes, quando se previa um elevar extremo pelo domínio da tecnologia.
Não se os pode deixar ao sabor do acaso. Já viste o que seria ter as pessoas a pensar por eles próprias? Acabariam por abalar o sistema tão orientadinho das dez leis. É necessário mantê-los e alimentá-los.
Estamos a dois passos de entrar numa nova idade das trevas, onde biliões de seres ruminarão a ignorância e o despotismo de um qualquer líder prepotente e arbitrário.
As pessoas caíram num grémio de acomodação, mas esquecem-se que não punir a injustiça é o mesmo que a comandar. E ao cair do arrependimento está um espelho no dorso dum corcel negro sedento de almas.
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É todo este entorpecimento da consciência, que me cizura a vontade. Assim não se pode sorver da fonte do conhecimento. Não é que seja preciso as pessoas desembriagadas, mas a parcimónia da sobriedade é só excedida, pela infame moral que lhe foi o ventre.
Já nem se reconhece a chama que impele á insigne divina, confundem-na com um embaraço médico, resolvível com dois ou três antidepressivos.
Esta é uma história num livro em branco onde não existem leis, conceito de moral ou actos de imposição. Está-se a escrever a acção das próprias vidas, no borrar do papel a carmim do ponto final, o nosso último suspiro.
É com este ar moribundo, este acto simples de umas linhas escritas, num cheiro fétido à cabeceira dum lugar de ninguém, que se procura entender o que busca o rebelde altruísta. Uns chamam-lhe golpe de estado, outros, revolução. É tempo de uma revolução no ideal humano
Não estou a dizer que este mundo que habitamos deve acabar, estou sim a fomentar a mudança. Eu não sou um candidato ao poder, sou um momento. O momento é o candidato.
Por último à que relembrar que nada é estático, e é necessário permitir espaço e tempo para crescer, mudar, percorrer a senda da potencialidade.
Agora abre os olhos meu caro amigo, nobre adversário, desperta para a realidade de uma nova aurora que anseia libertar-se dos sufocos que a têm mantido enclausurada, abre os olhos, e acredita que vai doer, mas as tuas pupilas onde acostumar-se à luz, e dar razão à evidência de que é para estes momentos que eu vivo.
Escrito pel’as mãos do humilde e inocente rogério, subscrito por uma qualquer entidade divina, num dos poucos sóbrios dias do vigésimo sexto ano.
Eu espero não ser preciso relembrar que isto são só as bases da dissertação. Aguardo o dia chegar em que nos é permitido o tempo para as tornar reais.
ResponderEliminarNão podia estar mais de acordo, em inúmeros pontos, mas realço a "estupidização" das pessoas pela TV, que poderia/deveria ser um veículo de cultura e transformou-se num (quase) lixo completo! Não vou alongar-me mais porque isto daria "pano para muitas mangas"...
ResponderEliminar(obrigado pela visita)
"Escrito pel’as mãos do humilde e inocente rogério"...ai desculpa...lolllllllll :)
ResponderEliminarAgora a sério...Interessante dissertação.
"...pecado crasso é a existência de televisão. Esse sacrário moderno, que reduz, a totalidade a uma única imagem. É bem capaz de ser o pior uso a que se deu a uma das mais extraordinárias criações humanas. Nos últimos cem anos vislumbrou-se a desculturação das mentes, quando se previa um elevar extremo pelo domínio da tecnologia. "
1001 estrelas ... subescrevo :)
"Uma pessoa à frente de um governo, é o pior ponto de partida que se pode ter."... eheh :)Eu não diria uma pessoa, mas "a" pessoa e os seus pontos de partida. Isso é que dá que pensar ;)
"será que tem de existir leis?" :)
O ser humano precisa de ter limites, que condicionam consequencias (positivas e negativas) que vão moldar, limar comportamentos desajustados ou reforçar os adquados, consensos que resultam do diálogo e que implicam acima de tudo: responsabilização, justiça que implica mais do que tudo: imparcialidade...sem leis e tendo consciencia da imperfeição humana, certamente viver seria uma festa (anarquia total)...terror para uns, céu para outros. A existencia de leis é sem duvida uma questão polémica. Gostei :)
Boas reflexões...ou não fosse o ser humano um ser pensante ;)